COLHENDO LÍRIOS – MARIA ELIZABETH SACCHETTO – RESENHA – Pão de Canela e Prosa
Pão de Canela e Prosa

COLHENDO LÍRIOS – MARIA ELIZABETH SACCHETTO – RESENHA

COLHENDO LÍRIOS
Autor: MARIA ELIZABETH SACCHETTO
Editora: Gryphon Edições
Ano de publicação: 2020
ISBN: 978-85-66938-47-0-6
Páginas: 56
Gênero: Poesias
Coleção Poesia em flor nº 6

O livro faz parte de uma coleção de dez poetas a quem foi destinada uma flor para cada um. O livro do Maria Elizabeth Sacchetto traz na capa o lírio. A imagem da capa é de Giuliano Alves com a supervisão de arte do artista plástico juiz-forano Petrillo.
A impressão foi feita em papel offset 90g e a capa em papel supremo 250g. A edição da coleção está primorosa como todos os trabalhos da Gryphon Edições.

Resenha:
Quando questionada sobre seu livro e o tema “lírio”, Elizabeth respondeu: “…quando recebi o convite para participar, entendi que o tema recorrente seria a flor escolhida. Por esse motivo, só falei sobre LÍRIO, pois foi a minha escolha. Apesar de ter poemas sobre outros temas, centrei o meu trabalho no lírio. Visitei autores que citaram essa flor, construí poemas sobre ela e apresentei crenças e superstições que a reverenciam. Acredito ter feito algo diferente. Espero que agrade os que me honrarem com a leitura do meu Colhendo lírios.”
Beth Sacheto nos presenteou então, com uma belíssima obra de arte.
O minibook é dividido pela autora e três partes:
Na primeira parte, ela cita autores que citaram em suas obras o lírio. Começa dizendo que as flores estão presentes na literatura mundial. O lírio, segundo a autora, “tem uma simbologia ampla e pode traduzir pureza, inocência, virgindade, mas pode, também estar associado à paixão e ao erotismo”. No poema “A MULHER QUE PASSA”, Vinícius de Moraes declara: “Meu Deus, eu quero a mulher que passa. Seu dorso é frio como um campo de Lírios.” Depois, Fernando Pessoa, no seu heterônimo Álvaro de Campos, escreveu: “Dai-me rosas e lírios, dai-me flores, muitas flores” ou “Dai-me lírios, lírios e rosas também”. Ela cita ainda Carlos Drummond de Andrade: “As leis não basta. Os lírios não nascem das leis”. Rubem Alves e Érico Veríssimo também são citados na obra de Sacchetto que se inspiraram no “SERMÃO DA MONTANHA” para falares do lírio em suas obras.
Na segunda parte, Elizabeth Sachetto nos presenteia com poemas de sua autoria e no poema “EM TEMPO”, ela nos mostra um momento de incerteza de “fechar-se em si mesmo”, mas termina dando-nos uma esperança: “Os lírios florescerão.” “METÁFORA” monstra o eu lírico se desnudando, olhos, coração, mãos, boca, braços, corpo concluindo com “meu corpo é flor, lírio desabrochando”. Em “PERMANÊNCIA”, vemos um tempo que passa, vemos uma vida que envelhece, mas ainda há uma esperança que permanece viva.
Os poemas de Sacchetto são cheios de lirismo, de esperança e muito amor. O lírio sempre presente, é sinal de que tudo tem um final feliz, ou uma esperança viva para se chegar nesse momento de resolução.
Na terceira parte, ela nos brinda com um poema mostrando a presença do lírio nas crenças e superstições que são também uma cultura muito importante para nosso povo. Acreditar é quase o caminho todo percorrido. Essas crendices populares, com ou sem veracidade, estão presentes na humanidade desde a mais remota época e muitas delas, trouxeram o homem até o presente, até a realidade que conhecemos. Começa dizendo sobre o lírio: “são mais de cem espécies dessa flor tão divinal, dos lugares de onde vem, nenhuma se parece igual. Símbolo da Virgem Santíssima no branco de sua pureza, também se revela a Oxum, deusa do ouro e da riqueza”. Nesse poema de encerramento de sua obra na Coleção, Elizabeth cita simpatias, crendices populares e cores, muitas cores dos lírios de todas as espécies e lugares.
O livro é muito bem elaborado, para chegar ao que nos apresenta, a autora usou de seu conhecimento e pesquisa para fazer uma obra na qual, ao lermos, sentimos o cheiro e a pureza do lírio nas suas diversas formas.
Eu recomendo “COLHENDO LÍRIOS” de Maria Elizabeth Sacchetto da Coleção Poesia em Flor.

A AUTORA:

MARIA ELIZABETH SACCHETTO é natural de Juiz de Fora – MG. Graduada em Letras, Mestre e Doutora em Literatura; professora universitária, exerceu por muitos anos a função de Coordenadora do Curso de Letras do CES/JF, hoje UniAcademia e Diretora Acadêmica da mesma instituição, além de coordenadora de Cultura do Colégio Academia de Comércio – JF. É membro da Academia Juiz-forana de Letras e publicou as seguintes obras: “DOM CASMURRO: QUATRO OLHARES E UM ARQUÉTIPO”; “O MISTÉRIO DE ICÁRIA” com Sávio Damato Mendes; “CONTOS: ESPORTE”; CRÔNICAS: ESPORTE”; “CAMINHOS DA NARRATIVA FICCIONAL BRASILEIRA” (artigo); “MACHADO DE ASSIS ATEMPORAL” (artigo); coletânea “JUIZ DE FORA AO LUAR”, volumes 1,2 e 3 (contos); além de artigos publicados em revistas.

Contato: mbethsac@yahoo.com.br

VENDA DO LIVRO:
– Espaço Excalibur – Rua São Mateus, 265 – Bairro São Mateus – Juiz de Fora – MG
– Diretamente com a autora através de suas páginas no Facebook e Instagram.

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Artur Laizo Escritor

Artur Laizo nasceu em 1960, em Conselheiro Lafaiete – MG, vive em Juiz de Fora há quatro décadas, onde também é médico cirurgião e professor. É membro da Academia Juiz-forana de Letras e da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete, Sociedade Brasileira de Poetas Aldravistas e presidente da Liga de Escritores, Ilustradores e Autores de Juiz de Fora - LEIAJF.

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