Não sei se me vale
Apagar a luz e sonhar,
Ou cobrir os olhos com as mãos
E tentar buscar
N’algum corpo sólido,
insólito,
irreal,
inexistente talvez,
O álibi pro meu desencanto!
Não sei se me vale
Ocultar o que sinto,
Ocultar o que quero agora,
O que me falta
Pr’um descanso,
pr’um consolo,
pr’um encantamento,
relaxante,
enebriante,
Que me acalmará a fogueira que queima
Em alguma parte do meu corpo.
Queria mesmo saber,
Queria ouvir
um canto perdido no ar,
Sem apagar as luzes reais,
Sem acender luzes fantásticas,
Sem sonhar dormindo no leito,
Sem sonhar perdido pelas ruas…
Queria ser real, verdadeiro
No que digo, no que escrevo, no que falo.
E explorar melhor esse momento
E relatar-me e decifrar-me
Sem deixar de ser enigma,
Como todo poeta!
E quem não quereria? O real é a vida. O “de verdade” é insubstituível.
Bonito.
Sempre.
Sempre!