DIÁRIO DO CONFINAMENTO – 16 – Pão de Canela e Prosa
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DIÁRIO DO CONFINAMENTO – 16

Diário do confinamento 16

Mundo
Contaminados: 2892507, mortos: 202455.
Brasil
Contaminados: 59234, mortos: 4057.
Minas
Contaminados: 1481, mortos: 58.

O vírus se espalha! Não temos previsão de futuro. Não temos uma esperança de fazer alguma coisa menor que seja tão cedo. As reuniões, congressos e similares foram todos transferidos para o segundo semestre desse ano. A maioria das coisa foi transferida para outubro. O décimo mês do ano será composto por duzentos e cinquenta e seis dias – brincadeira é claro! Feiras literárias, congressos médicos, exposições, casamentos, batizados, tudo está programado para outubro. E voltaremos a trabalhar, e voltaremos à vida normal – normal, nunca mais -, e voltaremos a nos encontrar, relacionar, abraçar (?)…
Não teremos tempo para tantas atividades em outubro. Mas será que em outubro estaremos liberados para fazer tudo que queremos outra vez? Não temos certeza se não está vindo nova onda de infecção e se os curados estão mesmo imunizados.
No país, a política anda se perdendo. Ministros caem e não se vê luz no fim do túnel. Não se sabe se acordaremos com boas ou más notícias. A população se encontra dividida entre a ignorância cultural e a cegueira política. Há aqueles que são fiéis a uma ideologia e fecham os olhos para a realidade. Tanta gente inteligente não enxergando o bom e o ruim e levantando bandeiras do inimigo…
Estamos ainda em casa. Em vários países do mundo, o confinamento continua. Em vários lugares questiona-se a abertura gradual de comércio e lugares públicos. No Brasil, ocorrem passeatas pela abertura desenfreada do comércio – risco para funcionários cujos patrões estarão em proteção domiciliar -, passeatas pela volta de um regime opressor e cerceador da liberdade, enfim, o Brasil é o único lugar onde o povo quer andar pra trás. Não vou discutir isso.
Estamos vendo, pelo menos, pessoas de máscaras nas ruas. Ainda temos muitos que usam errado suas máscaras e as tiram para conversar no meio do supermercado – onde foi passear -, ou no meio da rua… A cidade está vazia agora à noite. Não há nada funcionando. Bares, restaurantes, locais de festas, tudo parado. Mesmo? Não sei! Há relatos de reuniões e festas com grandes aglomerações. Estamos espalhando o vírus? Sim! O que podemos fazer?
Nos hospitais do norte do país, caos! Nas grandes cidades, caos! Mortos sem diagnóstico, muitos! Covas abertas aos milhares e milhares sendo enterrados em valas comuns. Imaginem a tristeza de uma família sem contato com seu ente querido que agoniza em um CTI, quando conseguiu a vaga, sem contato. Imaginem o desespero quando sabem da morte. Imaginem o sofrimento para toda uma vida por não saber onde está enterrada a mãe, o primo querido.
Caminhões frigoríficos que carregam animais para nosso sustento, carregam hoje cadáveres de nossos familiares.
Não temos esperança? Claro! O sol vai voltar a brilhar e a gente vai conseguir se abraçar outra vez. Mais uma vez, eu insisto, devemos definir “O DIA DO ABRAÇO” para nos abraçar a todos e sentir o prazer intenso e imenso do contato de quem gostamos tanto. Eu sinto falta de abraçar meus amigos queridos. Vamos conseguir fazer festas, reuniões, aulas presenciais, reuniões ao vivo. Vamos sobreviver! Vamos passar por essa pandemia. Vamos superar e seguir em frente. E se estamos lutando é por causa do amor. Amor que temos no nosso íntimo, nos nossos corações. Nós somos seres que temos o privilégio de amar! E com amor a tudo venceremos!
Que Deus nos dê muito amor!

               

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Artur Laizo Escritor

Artur Laizo nasceu em 1960, em Conselheiro Lafaiete – MG, vive em Juiz de Fora há quatro décadas, onde também é médico cirurgião e professor. É membro da Academia Juiz-forana de Letras e da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete, Sociedade Brasileira de Poetas Aldravistas e presidente da Liga de Escritores, Ilustradores e Autores de Juiz de Fora - LEIAJF.

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