DIÁRIO DO CONFINAMENTO – 4 – Pão de Canela e Prosa
Pão de Canela e Prosa

DIÁRIO DO CONFINAMENTO – 4

27 de março de 2020

D 10 de confinamento

Ainda há quem discuta se mantém ou não o isolamento social. Vai haver caos financeiro no país? Sim! Vai haver falência de um monte de pessoas, inclusive comércios e empresas. O isolamento social agora é importante para que não haja essa quebradeira do caos financeiro – meio inevitável – e um número excessivo de mortes. Morre-se de gripe, morre-se de acidente, de infarto, de cirurgias, de quedas, acidentes, violência… Meu Deus! Morre-se de um monte de coisas. Cada um de nós temos um motivo para deixar essa vida futuramente. Nem sabemos quando.será o nosso “futuramente”. Amanhã, daqui a poucos ou muitos anos?…
O que importa no momento, é tentar evitar que uma pandemia como a atual faça um estrago nas vidas de todos. No momento, prevenção é a palavra de ordem. FIQUEM EM CASA!
Eu continuo confinado. Hoje é o décimo dia de confinamento. Não está fácil? Não está tão difícil! Tenho conseguido escrever, pintar, estudar e ficar bem. Tédio é uma coisa insuportável! Falta de atividade física, outra coisa difícil de se suportar para quem faz musculação como eu há quarenta anos. Mas, tudo bem. Eu ainda tenho que sair de casa algumas vezes. Ontem saí para dar plantão na Santa Casa e, apesar de todos estarmos tensos com a contaminação e os riscos a que estamos sujeitos, foi um momento de me sentir útil na profissão que escolhi.
A bênção do Papa em Roma, hoje à tarde, foi espetacular. Uma praça e igreja lindas e vazias. Um lugar onde a gente se atropela em gente e é um dos lugares mais lindos da Cidade Eterna, vazio! Uma cena de filme de catástrofe. Um roteiro de destruição da vida na terra. O que eu esperei, que a todo momento uma luz rasgasse o céu de Roma e trouxesse a vida e a alegria de volta – como nos filmes… Não é um filme! Bendito seja Papa Francisco!
Hoje fui ao Carrefour – adoro supermercado. Entrei de máscara, na porta fui recebido por dois funcionários com álcool para higienizar o carrinho e álcool gel para as mãos. Ao contrário do que se imagina, as gôndolas estão cheias de produtos normalmente. Algumas pessoas de máscaras, algumas de luvas, algumas sem nada. O importante aqui é ressaltar que muita gente calça luvas para se proteger e depois de pegar um monte de coisas, passa a mão enluvada na máscara, na cara, na boca e onde mais puder. Não resolve nada! Piora!
Então, quando estiverem com as mãos enluvadas ou as luvas “enmaozadas”, cuidado com o contato.
Voltei para casa e pretendo só sair quando for necessário novamente. Espero que a contaminação não seja tão grande quanto esperamos na semana que vem!
Que Deus nos proteja sempre!

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Artur Laizo Escritor

Artur Laizo nasceu em 1960, em Conselheiro Lafaiete – MG, vive em Juiz de Fora há quatro décadas, onde também é médico cirurgião e professor. É membro da Academia Juiz-forana de Letras e da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete, Sociedade Brasileira de Poetas Aldravistas e presidente da Liga de Escritores, Ilustradores e Autores de Juiz de Fora - LEIAJF.

2 comentáriosDeixe um comentário

  • Sempre muito bom ler os textos escritos por você !
    Passa a quem lê, o desejo de ter em mãos, mais e mais textos, possibilitando ao leitor, maior entendimento e grande transformação ! LER éé BOM DEMAIS!!

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