Manuel Bandeira sempre foi o meu poeta preferido e inspirador de grande parte de minha obra poética. Eu me lembro de ler seus livros na Biblioteca da UFJF regularmente quando ia lá para fazer alguma pesquisa da faculdade. Em um Natal anos atrás, ganhei o livro que eu mais amava – Estrela da Vida Inteira. A partir daí, esse livro é um dos meus livros de cabeceira preferido.
Manuel Bandeira nasceu em 1886 em Recife, mudou-se para o Rio, voltou para Pernambuco e voltou com a família a morar em São Paulo. Em São Paulo, Manuel Bandeira foi diagnosticado com tuberculose em 1904, aos dezoito anos. Esse momento marcou a vida do poeta que então, deixou o trabalho e se mudou para o Rio de Janeiro para se tratar. A doença influenciou sobremaneira a sua vida e sua obra:
“… – O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
– Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
– Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.”(Pneumotórax, 1925)
O poeta nunca se casou. Passou a vida esperando morrer a qualquer momento pela doença antiga. Publicou uma vasta obra literária entre poesias, crônicas, antologias, traduções e outras. Morreu em 1968 no Rio de Janeiro aos oitenta e dois anos.
O poema Desencanto, para mim, é um dos mais lindos. Eu o utilizei como epígrafe da minha dissertação de mestrado. Vale a pena conferir.
DESENCANTO
Eu faço versos como quem chora
De desalento… de desencanto…
Fecha meu livro, se por agora
Não tens motivo algum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente…
Tristeza esparsa… remorso vão…
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
– Eu faço versos como quem morre. (1912)
Obra prima. Difícil encontrar versos mais pungentes e universais. Laizo, este poema é um presente aos teus leitores. Te peço licença para recebê-lo, como se um presente fora, no dia de hoje. Bonito de doer e de morrer.
Que bom que posso te dar esse presente. Manuel Bandeira está na minha vida literária como o sol ou a lua. Ele é um poeta moderno e o será para sempre. Obrigado.
amei ❤❤
Que bom. Continue acompanhando. Abraços
Lindo poema.Parabéns pelo trabalho e obrigado por nos oferta tanta harmonia aos olhos.
Obrigado.