É chegado o fim do ano. 2017, esse ano de Jesus Cristo, cheio de coisas boas e coisas más, mais boas, como todos os anos de nossas vidas. Com o fim do ano, logo após o Natal, o que mais se ouvem são os votos de boas entradas, felicidades e realizações e, principalmente, aquela frase que bem poderia ser nome de estabelecimento comercial de turcos: “Tudo de Bom”.
Não seria realmente uma grande loja, mas se houvesse “Tudo de Bom” nos ofereceria paz, alegrias o ano inteiro, tranquilidade e, acima de tudo, saúde e dinheiro. Fregueses, é claro, não faltariam nesse país tão necessitado de todas essas mercadorias. O povo sofrido e pacífico do Brasil, certamente encontraria na lojinha, todas as formas de melhorar as condições de vida e seria bastante feliz.
Estaria na porta o “seu” Turco com o imenso bigode preto, bem português, gordo e com aquela barriga bem italiana, gritando com seu sotaque americano, inglês ou outro qualquer, apregoando sua mercadoria: – Aqui, freguesa, compre “no lojinha” tudo de bom para “seu família”, tudo de bom para “seu filhinha”, tudo de bom para “sua marido”. E as pessoa sairiam sempre satisfeitas com “o mercadoria” adquirida.
É realmente necessária a criação do “Tudo de Bom”, “do lojinha”, já que nos dias de hoje, as pessoas não se falam como outrora e poucos se conhecem, muitos amigos na internet e nas redes sociais, poucos amigos na vida real, muito pouco se namoram (um beijo, Danusa Leão)[1], muito pouco pensam bem para os próprios semelhantes.
Enquanto não ar desejando criarmos a “Tudo de Bom” o que podemos fazer é continuar desejando a todos os amigos – conhecidos, inimigos, pois não, desconhecidos também, amigos só virtuais – a paz, a felicidade que tanto esperamos para nós mesmos. Que tenhamos tudo aquilo de tão sonhado em nossas vidas, na vida de nossos governantes, na vida de nosso país.
Enquanto não temos “o lojinha”, desejo a todos com um sotaque bem do coração: Tudo de Bom! Feliz 2018.
Maloca Querida, 1998:33-4.
[1] Na sala com Danusa, Danusa Leão, Editora Siciliano, 1992.