O QUE É UMA TROVA? – Pão de Canela e Prosa
Pão de Canela e Prosa

O QUE É UMA TROVA?

A trova é uma forma poética composta de quatro versos heptassilábicos, denominada de redondilha maior. Na trova a rima é obrigatória e pode-se ter a forma clássica quando a rima é feita entre o primeiro e o terceiro versos e o segundo e o quarto versos, na forma simples, a rima acontece entre o segundo e o quarto versos somente. Pode acontecer ainda a rima paralela onde se rima o segundo e o terceiro versos e o primeiro com o quarto verso.1
As trovas podem ser líricas, filosóficas ou humorísticas.2
A trova surgiu na idade Média e era acompanhada de música.2
Historicamente a trova se referia a qualquer poesia ou canto. Seu nascimento está estreitamente associado à poética da Era Medieval, quando trova era o mesmo que a poesia e a letra de uma canção. Seu cultivo traduzia perfeitamente o contexto dessa época.
Ela floresceu no tempo das Cruzadas, do combate aos mouros, do sistema feudal, do prestígio místico do clero. O correspondente literário prosperou na região sul da França e em Portugal, uma corrente poética conhecida como Trovadorismo.3
Sobre as trovas e os trovadores:
De Jorge Amado: “Quanto à Trova, não pode haver criação literária mais popular, que fale mais diretamente ao coração do povo. É através da Trova que o povo toma contato com a poesia e sente a sua força. Por isso mesmo, a Trova e o Trovador são imortais”.
Luiz Otávio: “Composição poética de quatro versos de sete sílabas cada um, rimando pelo menos o segundo com o quarto verso e tendo sentido completo”.
Fernando Pessoa considera que “a trova é o vaso de flores que o povo põe à janela de sua alma.”
Para Waldir Neves “A Trova é a arte de acomodar o infinito nos limites de um grão de areia.”2

1- https://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/3756095
2- https://pt.wikipedia.org/wiki/Trova
3- https://www.infoescola.com/literatura/trova

TROVAS FEITAS EM COLAR POR ALGUNS MEMBROS DA LEIAJF:

01-
A manhã nasceu chuvosa
e o dia um pouco mais frio,
a cama estava gostosa,
e o cobertor bem macio.
Artur Laizo

02-
E o cobertor bem macio
a aquecer o coração,
mas o corpo estava frio
faltando par no colchão.
Alice Gervason

03-
Faltando par no colchão,
eu tentei, inutilmente,
encontrar a tua mão
para a carícia frequente.
Cecy AJL

04-
Para a carícia frequente
eu procurei a sua mão.
Que triste, infelizmente
só encontrei solidão.
Marisa Pontes

05-
Só encontrei solidão
na minha vida tão fria.
Meu gelado coração
é pura melancolia.
Artur Laizo

06-
É pura melancolia,
se perdermos a emoção
mas como Deus é vigia,
nos conforta na oração.
Alice Gervason

07-
Nos conforta na oração,
a fé que nos alivia,
mas falta ao meu coração
o amor que já tive um dia
Cecy AJL

08-
O amor que já tive um dia,
no passado se perdeu.
Hoje vivo essa agonia
espectro do que fui eu.
Artur Laizo

09-
Espectro do que fui eu
é triste sina afinal,
pois o amor enfim perdeu
certo humor fenomenal .
Alice Gervason

10-
Certo humor fenomenal
se esvaiu ao seu adeus,
não aceito este final
que é o final dos sonhos meus
Cecy AJL

11-
Que é o final dos sonhos meus
essa escrita muda e triste
todos sabem, povo e Deus,
liberdade não existe
Marisa Pontes

12-
Liberdade não existe
desde o dia em que te vi
passei a viver tão triste
toda dor absorvi.
Artur Laizo

13-
Liberdade não existe
desde o dia em que te vi
passei a viver tão triste
por toda dor que absorvi.
Artur Laizo
14-
Por toda dor que absorvi,
machuca a separação!
É demais o que sofri,
preciso do seu perdão!
Cecy AJL

15-
Preciso do seu perdão
mas sem saber o que fiz
bate forte coração
se fiz não foi porque quis.
Alice Gervason

16-
Se fiz não foi porque quis
sempre quis o seu amor
aí, sem saber o que fiz
choro lágrimas de dor.
Marisa Pontes

17-
Choro lágrimas de dor
em inútil sofrimento.
Quero ter o teu calor
impedindo este tormento.
Cecy AJL

17-
Impedindo este tormento
minha vida vai melhor,
já chega de sofrimento,
quero um amor bem maior.
Alice Gervason
18-
Quero um amor bem maior
a explodir meu coração.
Não aceito amor menor,
quero a vida com paixão
Cecy AJL
19-
Quero a vida com paixão,
deleito meus devaneios,
e farto meu coração
com todos os meus anseios.
Alice Gervason
20 –
Com todos os meus anseios
quer alguém escute ou não
dorme sobre os meus seios
meu amor, minha paixão.
Marisa Pontes
21-
Meu amor, minha paixão,
sem ti, não posso viver!
Suportar desilusão,
vai me matar, podes crer!
Cecy AJL
22-
Vai me matar, podes crer
por não me dar seu carinho,
mas irás sentir e ver
quão ruim é vazio ninho.
Alice Gervason
23-
Quão ruim é vazio ninho
depois de viver a dois,
hoje estou muito sozinho…
Não sei… Vou viver depois?
Artur Laizo

24-
Não sei…vou viver depois?
Mas isto não quero não!
Mesmo não sendo nós dois
quero vida… por que não?
Alice Gervason

25-
Quero vida… Por que não?
Tirar do meu peito a dor,
renovar meu coração,
Encontrar um novo amor.
Artur Laizo

26-
*Encontrar um novo amor*
sonhei na noite enganosa
e ao som do despertador
*a manhã nasceu chuvosa.*
Arlindo Tadeu Hagen

Autores das trovas:
Arlindo Tadeu Hagen
Artur Laizo
Alice Gervason
Cecy Barbosa Campos
Marisa Pontes

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Artur Laizo Escritor

Artur Laizo nasceu em 1960, em Conselheiro Lafaiete – MG, vive em Juiz de Fora há quatro décadas, onde também é médico cirurgião e professor. É membro da Academia Juiz-forana de Letras e da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete, Sociedade Brasileira de Poetas Aldravistas e presidente da Liga de Escritores, Ilustradores e Autores de Juiz de Fora - LEIAJF.

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