PERVERTENDO – Pão de Canela e Prosa
Pão de Canela e Prosa

PERVERTENDO

tempo

Gostaria de viver outra vez assim:

– O meu violão, a minha Yoga,

As minhas noites vagas, porém calmas,

O meu chá, os meus pincéis e tintas,

Uma constante busca do meu pequeno,

Insignificante talvez,

Mas real desejo do desconhecido mundo.

 

Gostaria de viver outra vez assim;

– Sem saudades dos meus amigos, minhas serestas,

Tendo tempo à noite pra senti-la quente,

Sem correr atrás das minhas telas,

Sem essa constante busca do meu grande,

Demasiado grande talvez,

Mas real desejo do meu conhecido mundo.

 

Gostaria de viver novamente assim:

– Sentado despreocupado no braço de um sonho,

Embalado em cordas das quais extraísse sons,

Percorrendo noites e noites em paz, em buscas,

Podendo dar-me ao luxo de notivagar,

Bebericando despreocupadamente uma aguardente

Ou “rolando” nas ruas sem rumo, sem obrigações.

 

Gostaria de viver novamente assim:

– Como vivi há tempos e hoje os recordo,

Reclamando da vida por achá-la ruim,

Rebuscando modelos para modificá-la

E continuando e pervertendo-a aos dias atuais…

E por achar belo o que achava feio outrora,

Quero mudar o presente que no momento não me agrada!

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Artur Laizo Escritor

Artur Laizo nasceu em 1960, em Conselheiro Lafaiete – MG, vive em Juiz de Fora há quatro décadas, onde também é médico cirurgião e professor. É membro da Academia Juiz-forana de Letras e da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete, Sociedade Brasileira de Poetas Aldravistas e presidente da Liga de Escritores, Ilustradores e Autores de Juiz de Fora - LEIAJF.

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