Quando eu não for mais eu
Quando eu não passar de carne torpe
Apodrecendo como lama nos manguesais
Quando tudo tiver terminado…
Que direi dos amores que tive?
Terei amado mais que o poeta?
Terei sentido, sofrido mais
Que um louco romântico deslumbrado?
Que direi das pessoas que tive?
Dos prazeres que dei, se os dei,
Foram tantos, foram poucos?
Os prazeres que tive… alguns não lembro…
Que direi da vida que vivi?
A intensidade dos meus atos
Valeram a pena? A dor de não
Mais viver, valerá a pena?
Quando eu não for mais eu,
Quando tudo estiver terminado,
Talvez minha ansiedade, essa vontade louca,
Se dissipe pelo universo e desequilibre o cosmos.
Quando eu não for mais eu, serei apenas mais uma fotocópia daquilo que é considerado o modelo da sociedade.
Fotocópia essa que não trará nada da essência do ser original.
Penso que… “quando eu me for, que falta farei?”… Talvez nenhuma, pouca ou muita… Que assim seja… Adorei o post. Abs.
que bom. obrigado