RELÓGIO DO TEMPO – Pão de Canela e Prosa
Pão de Canela e Prosa

RELÓGIO DO TEMPO

O relógio faz

Tic-tac, tic-tac…

E você passa,

E você corre,

E você vive,

E você dorme,

E você acorda,

E você vive,

Ou não vive,

E trabalha,

E só corre,

E só cresce,

Ou não cresce,

E se pergunta,

Não se responde,

Mas você vive,

E corre, corre,

E não dorme,

Ou não acorda,

E é feliz,

Sempre infeliz,

E vai em frente,

E busca, busca,

Mas é sempre

O que não acha

O que encontra,

Mas não tem

Você quer mais,

Você quer mais,

Você quer mais,

Mas é difícil,

E você vive,

Mas desiste,

E não corre,

E se esforça,

Mas não cresce,

Não aparece,

Já que vive,

Continua,

Mas não percebe

Que é tudo

Fantasia,

E procura

Mas não acha,

E insiste,

Se desiste,

Você perde,

E se perde,

Você se culpa

E se desculpa

Que o tempo

Passa, passa,

E você corre,

E você dorme

E acorda,

E descobre

Que é feliz,

Sendo infeliz,

E você vive,

E procura,
Mas não acha,

E continua,

E então,

Chega o tempo,

Que não mais passa,

E você para,

E você sorri,

E você perde,

E você ganha,

E então,

O mundo vai,

Você já vem,

O mundo foi,

Você ficou,

O mundo vive,

E você morre!

 

Coisas da noite. 1997

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Artur Laizo Escritor

Artur Laizo nasceu em 1960, em Conselheiro Lafaiete – MG, vive em Juiz de Fora há quatro décadas, onde também é médico cirurgião e professor. É membro da Academia Juiz-forana de Letras e da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete, Sociedade Brasileira de Poetas Aldravistas e presidente da Liga de Escritores, Ilustradores e Autores de Juiz de Fora - LEIAJF.

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