Sozinho
Sinto-me mais sozinho
que dantes
quando era mais sozinho
que agora!
E a solidão
– eterna companheira -,
senta-se à mesa tão faceira,
tornando falsa
minha loucura verdadeira!
Sinto-me mais sozinho
com o frio que invade o coração,
com o sol que queima o rosto,
com a chuva eterna sobre mim!
Não há neste porto
onde atraquei meu barco cansado,
som, luz – não há nada!
Há apenas a solidão
que me acompanha,
que sorri das minhas mágoas,
que enaltece minhas lágrimas,
que me impele a tentar…
Sinto-me mais sozinho,
cada vez que vejo o horizonte,
cada vez que escuto o silêncio,
cada vez que a vida
teima em permanecer comigo…
Talvez devesse correr
pra longe
desse mar aberto e ávido
que me chama,
que chama minha alma,
que repele todo meu sentimento.
Sinto-me mais sozinho
a cada dia que amanhece
depois da noite dorida,
depois da insônia sofrida
que não mais me satisfaz!
Enredar pelos caminhos loucos
do meu desejo mais cruel,
não seria a forma eficaz
de construir a vida,
de destruir os males do amor,
de contentar meu ser.
Sinto-me mais sozinho
a cada passo que dou
rumo ao sono eterno!
Não haverá companhia também na morte!
E sei – com toda força do meu desejo -,
estarei só no momento derradeiro.
Sinto-me mais sozinho
que dantes
quando era mais sozinho
e apenas não sofria!
Parabéns, pura realidade.
Muito consistente seu poema, imagens lindas que nos levaram para os locais descritos.
Queria dar 10, mas não achei…
Parabéns…parabens.
Muito obrigado. Grande abraço.
Parabéns! Bom dia!
Muito obrigado. Grande abraço.