_ Eu quero ir pra Bienal de São Paulo.
Eu me assustei mas ao me virar dei de cara com Douglas.
_ Como que é, vampiro?
_ Eu quero ir com você para a Bienal de São Paulo – repetiu ele.
_ Mas você não vai? – perguntei.
_ Não! – ele estava bravo. – Você vai levar o Augsparten. Eu não!
_ Mas por que não vem também?
_ Pra vê-lo aparecer e eu nada?
_ Como assim, Douglas?
_ Você está lançando lá outro livro dele.
_ Ah “A MANSÃO DO RIO VERMELHO II – UM VAMPIRO NOS TRÓPICOS” ?
_ Sim – respondeu ele.
_ Mas eu falo de você nesse livro – tentei argumentar.
_ Só fala de mim – ele estava com os olhos vermelhos e deixava aparecer a ponta das presas.
_ Mas imagina o próximo livro – chamei sua atenção.
_ Meu livro será muito melhor que o dele – disse ele bravo se referindo ao livro “O VAMPIRO DOUGLAS” com previsão de lançamento para janeiro de 2019.
_ Vai sim – concordei eu.
_ Mas você tem que voltar a escrever minha história. Tudo aquilo que conversamos…
_ Eu estou precisando de você, Douglas.
Ele se sente importante quando lhe digo que preciso dele. Sorriu e as presas lindas ficaram a mostra.
_ Eu estou a sua disposição, mas você só pensa nele – se referindo a Augspartem com ciúmes, mas eles são amigos, na realidade. – O que você pretende fazer na Bienal?
_ Uai, o que se faz em uma Bienal? Vê livro novo, compra livro novo, no meu caso, lança livros…
_ Livros? – perguntou ele.
_ Sim. Eu estou participando de duas antologias que serão lançadas lá. A antologia APOCALIPSE, com organização da Ceiça Carvalho, será lançada na sexta-feira dia 03 de agosto às 18:00 no estande K092 da Editora Rico e eu não poderei estar lá. Quem for vai adquirir um livro de alta qualidade.
_ Por que você não vai?
_ Porque não há voo na sexta-feira cedo, não posso ir na quinta.
_ E não é um vampiro – interrompeu-me ele rindo fazendo uma alusão aos poderes vampíricos de alta velocidade.
_ Chato! – brinquei eu.
_ Só o chefe pode resolver isso – disse ele lembrando que Augspartem disse que não era hora ainda de me transformar em vampiro. – Ele disse que ainda não é agora.
_ Depois, no domingo eu estarei no lançamento da antologia “SOCIEDADE DOS POETAS VIVOS” com a organização da Camila Kaihatsu: domingo, dia 05 de agosto às 14 horas no estande número 58 da Editora Coerência. Vou rever muitos, muitos amigos e conhecer outros tantos.
_ Muito legal. Camila vai estar lá?
_ Camila Kaihatsu? Sim, ela é a responsável pela antologia.
_ Diga-lhe que mandei um abraço – ele sorriu. Douglas é um vampiro muito bonito e estava deslumbrante nessa noite. – Vou conhecê-la ano que vem.
_ Por que não vem nessa Bienal? – insisti.
_ Porque às 17 horas o show é dele – falou alto, fiquei até preocupado que alguém o ouvisse, mas estávamos protegidos pela energia do vampiro.
_ Sim, às 17:00 estarei na sessão de autógrafos do livro 2.
_ Eu não vou nem passar perto.
_ Vou ver se o vampiro Leonardo quer ir – brinquei eu.
_ Deixa de ser doido – ele me encarou com os olhos vermelhos. – Ele acaba com você.
_ Será? – brinquei eu.
_ Não faça bobagens – ordenou ele. – Eu estou muito preocupado com o que vai acontecer em São Luiz. Estamos todos indo para lá. Vamos precisar muito de você.
_ Eu também estou preocupado – disse-lhe eu que ainda estou escrevendo “A MANSÃO DO RIO VERMELHO III”, o último livro da trilogia da mansão.
_ Mas você vai dar um jeito – disse-me ele me envolvendo com a luz vermelha dos seus olhos e inundando o espaço com o cheiro de patchouli.
_ Vou sim.
_ Eu vou te deixar ir pra São Paulo em paz – ele diminuiu a luz dos olhos e retraiu as presas. – Mas cuidado! Augspartem não é confiável.
_ Você é? – perguntei.
_ Todo vampiro será seu amigo enquanto for importante para o vampiro.
Ele riu e desapareceu. Mentalmente eu lhe prometi que terminarei seu livro o mais rápido possível.
Agora o jeito é me arrumar para a Bienal do Livro de São Paulo. Será a maior!
Você vai me ver? Estarei no estande da Editora Novo Século para lhe apresentar meu trabalho, dar um abraço – adoro abraço – e o meu autógrafo!
Vejo você na Bienal de SP.