Ah! Quem dera se te fosse dada a eternidade
E se entre nós continuasses a dizer coisas belas…
Ah! Quem dera se se pudesse ver sempre o teu rosto
E teus murmúrios a melodiar-nos a vida…
Por que será que a morte tão vil e traiçoeira
De nós te levou? Tu que sempre nos mostravas
O mais puro enleio de amor numa canção?
Não creio que soubesse a bruxa, quem levava,
Ou talvez a morte, por seu egoísmo
Quisera roubar de nós tua presença
Pra aquecer sozinha o frio coração nas tuas palavras…
Mas estarás sempre entre nós cantando,
Dizendo alegrias. E se morrestes hoje é apenas
Porque hoje não é sábado!…
Coisas da Noite, 1997.