PANDEMIA – Pão de Canela e Prosa
Pão de Canela e Prosa

PANDEMIA

Tempo de solidão,
Isolamento,
Dor no coração,
Aquele abraço não dado,
Aquele abraço calado no peito,
Aquele abraço que fará falta pra sempre.

Tempo de afastamento.
Tudo poderia ser fatal,
Como fatal era a ausência,
Como foi fatal a presença,
Fatal, mortal, insuportável.

Tempo de tentativa,
Tentativa de conversar,
Tentativa de se ver,
Tentativa, tentativa,
Live,
Live,
Live,
Oh, my God!
Tentativas…
Era tudo on-line.
Você poderia ver quem quisesse,
On-line!
Você poderia abraçar quem quisesse,
On-line!
Beijar quem quisesse,
On-line!
Fazer sexo, fazer amor, qualquer coisa
On-line!
Sempre on-line!

O dia era lindo lá fora.
O dia era terrível na alma,
O dia era uma sucessão de prisão,
De nadas sucessivos,
De angústia,
De saudade,
Chuva,
Neblina,
Tempestade interior.

O tempo passou!
Cinco anos passam rápido!
Cinco anos!
Como o mundo mudou!
Como você mudou!
Como eu mudei!

A abertura depois foi surpreendente.
O fim da prisão jogou todo mundo
Nos braços de todo mundo,
Nas bocas e corpos alheios.
O fim da pandemia aconteceu!
Só não pode ser esquecido!

               

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Artur Laizo Escritor

Artur Laizo nasceu em 1960, em Conselheiro Lafaiete – MG, vive em Juiz de Fora há quatro décadas, onde também é médico cirurgião e professor. É membro da Academia Juiz-forana de Letras e da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete, Sociedade Brasileira de Poetas Aldravistas e presidente da Liga de Escritores, Ilustradores e Autores de Juiz de Fora - LEIAJF.

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