O ser humano vive em uma linha tênue entre a sanidade e a loucura. Se sair demais da superfície, tende a ser louco e fora do contexto da normalidade aceita pela sociedade. Se afundar demais, cai na depressão e tristeza profunda correndo o risco de tentar o autoextermínio. Vive-se na linha bamba em todos os momentos. Há necessidade de vigiar e se manter na lucidez, não se sabe por quê.
Vive também na linha tênue entre a marginalidade e a honestidade. Sempre na ideia de se fazer o bem, de ser honesto e de ser correto, qualquer desvio pode cair e se tornar um marginal, um ladrão de galinha, um assassino ou coisa muito pior. A honestidade dependerá da vida e do meio em que vive, ou dependerá exclusivamente do caráter da pessoa?
A linha tênue também está presente na vontade de trabalhar, de crescer, de fazer alguma coisa e o desejo de deixar a vida passar sem fazer nada. É mais fácil não fazer coisa alguma e reclamar da vida, reclamar das pessoas e sofrer. A coragem depende da força de vontade de cada um, da busca pela luz no final da caminhada.
Isso para não falar da linha tênue da dieta, da atividade física, da escolha e aceitação sexual, da vontade de se tratar, ou deixar a doença acontecer, das escolhas do dia a dia…
A linha tênue em que vive o ser humano é a superfície da água onde ele está submerso. Não dá para sair demais, e tem que se manter fora d’água. Como um iceberg o ponto exterior mantém a vida dentro da normalidade. O corpo do iceberg puxa sempre para o fundo. Resta saber onde queremos estar.