A planta da minha sala estava triste. Estava desidratada. Olhou para mim com seus olhos baços, profundos. Não sei se aqueles olhos longínquos mostravam tristeza, abandono, sede…
Olhei de volta e a touceira toda me sorriu, ainda que um sorriso quase sem vida.
As folhas antes viçosas, estavam murchas, ásperas e sem aquele luminosidade peculiar.
Muitos galhos, muitas folhas, toda a grande planta, quase uma árvore no canto da sala parecia que queriam saber porque eu os abandonei. Queriam saber porque eu esrava triste, desidratado, seco por dentro, com olheiras profundas e com a pele ressecada e mal-tratada.
Ambos estávamos tristes e necessitando de carinho e vida.
A vida da minha planta do canto da sala voltou quando eu lhe dei bastante água. Ela sorriu e se sacudiu feliz. Olhou-me de volta e, sei que se pudesse, também me daria a água que eu preciso para voltar a viver.
A PLANTA DO CANTO DA SALA
