Ando sob céu enluarado,
Vejo as sombras de um jardim
Num lago apaixonado
E penso um pouco em mim.
É lascivo e monótono o tédio,
É delirante e fogosa a dor…
Mas sei, digo-te pois,
Que o que faço, não o deveria…
Ando meio abstrato no mundo
Vendo homens famintos e gordos ladrões,
Vendo chuvas, enchentes, secas, maldições…
Vendo enfim, o tempo passando…
Quantos que morrem de fome,
Quantos e tantas doenças,
Quantos e tantos crimes,
Quantas prostitutas e tantos covardes…
A polícia rouba e mata alguns,
Reprime e cala a boca do mais fraco,
O homem se arrasta no lodo da vida,
Fedendo a sangue, a bosta, a podridão…
Ando sob um céu enluarado
Sonhando com um dia que despontará
Sorrindo para todos igualmente…
Aí sim, pensarei um pouco em mim.
ESTE É NOSSO MUNDO DESCOISADO
Pois é!