Não mais amarei,
Já que não posso ter você comigo,
Já que não posso ter suas mãos nas minhas,
Seu corpo no meu,
Coxas entrelaçando coxas,
Sexos se encontrando ávidos…
Não mais amarei.
Roubei-me ao mundo o prazer de estar consigo,
Não permiti-me o devaneio louco,
De possuí-la, de tê-la comigo.
Não mais amarei,
Já que não a posso ter a luz do dia,
Já que não posso estar consigo
Em todos os meus momentos…
Não mais amarei!
Deixarei que seque em mim o desejo,
Deixarei que se apague o fogo,
Deixar-me-ei morrer lenta e solitariamente!
Coisas da Noite, 1997.
Foto: http://medinforme.com/solidao-uma-doenca-que-nao-descansa/
Simplesmente lindo!