Estou acorrentado na parede branca dos meus dias
Amordaçado para não gritar por liberdade
Há barras de ferro que não me permitem voar.
O mundo que eu criei para mim
Agora me sufoca e não me deixa respirar.
Estou morrendo sem ar, sem luz, sem calor.
As correntes que me prendem machucam
Sangram-me braços e pernas enquanto a vida se esvai
Mordo o pano encharcado de saliva
Que não me deixa gritar e sinto o gosto amargo
Da bile que reflui do estômago nauseado
A vida se esvai, a energia acaba, o meu mundo me oprime
O que fazer nesse momento tão sofrido?
Derrubar as paredes brancas para ver o horizonte ao longe?
Cuspir a mordaça que me sufoca e me enoja?
Vomitar a bile cáustica que me amarga o corpo todo?
Correr atrás da vida que como uma chama de vela
Tremula, oscila, enfraquece e quase morre?
Nao sei!