Quando eu ficar velho – Pão de Canela e Prosa
Pão de Canela e Prosa

Quando eu ficar velho

 

Quando eu ficar velho,

Vou ficar!

Quero sentar-me no Parque Halfeld,

Ver a vida passar,

Ver os jovens passarem,

Ver o mundo acontecer…

Quando eu ficar velho,

Será que vou ficar?

Quero caminhar por  Juiz de Fora,

– Que será uma loucura,

Maior do que já é —

E ver as coisas lindas

Que sempre existem nesta terra.

Quero ver o calçadão,

amo o calçadão.

Quero andar atropelado de gente

de bons dias,

de ois tudo bem?,

como vai?…

Há quanto tempo!…

Quero andar pelas ruas,

Quero ver o Museu…

Eu velho, o museu jovem…

Quero ver nos meus dias,

Serão mesmo bons dias?

Serão mesmos como vai?

Serão mesmo oi?

Serão `mais jovens todos,

todos,

todos!

E eu estarei ali,

Sentado no Parque Halfeld,

Maravilhoso, sensacional, impar,

A ver o mundo passar…

Laizo, Artur. Coisas da Noite, 1997:5.

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Artur Laizo Escritor

Artur Laizo nasceu em 1960, em Conselheiro Lafaiete – MG, vive em Juiz de Fora há quatro décadas, onde também é médico cirurgião e professor. É membro da Academia Juiz-forana de Letras e da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete, Sociedade Brasileira de Poetas Aldravistas e presidente da Liga de Escritores, Ilustradores e Autores de Juiz de Fora - LEIAJF.

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