VIM TE VER
Hoje quando cheguei na minha rua,
Esperava ver-te no meu portão:
– A esperar-me!
Voltei mais cedo!
Larguei tudo o que tinha de fazer
E vim te ver.
Claro que não o saberias
E nem aqui poderias estar.
Entrei sozinho.
E como não posso
Dizer que te amo num bolero,
Sentei, pena à mão, coração contigo,
Escrevo-te versos quentes,
Olhando o leito frio.
Estaria completo o meu dia,
Se a casa não estivesse vazia de ti.
Buscar-te na distância, o telefone não mais me serve,
Tua voz é linda, o longe horrível,
Não quero mais!
Não sei onde estás agora,
Com quem estás,
O que fazes…
Minha imaginação voa
E me ciúme, no que creio, me aterriza,
Me faz submergir num lago sujo,
Mistura do meu desejo,
do meu amor,
da minha ansiedade…
Sei-te esperando-me o retorno,
Fujo de ti, quando retorno
E odeio-me por não te amar nestes momentos.
Aqui sozinho, contigo na mente,
Carrego o fardo pesado de te amar
Cada vez mais forte.
Tua presença que mantenho tão ausente,
Seria tudo o que queria ter hoje
Frente ao nada que me observa da janela aberta!