COMO ESCREVER UM TEXTO LITERÁRIO – Pão de Canela e Prosa
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COMO ESCREVER UM TEXTO LITERÁRIO

A princípio, texto literário é qualquer texto que atenda a uma função, por isso mesmo a literatura é tão ampla. Como já disse anteriormente, temos textos de literatura técnico-científica, literatura jornalística, literatura de cordel, literatura religiosa, entre outras.
No texto literário, devemos ter atenção para muitos detalhes. Não vou me ater à literatura científica ou religiosa, mas sim naquela de entretenimento.
O primeiro ponto importante e, muitas vezes, escrito por último é o título. O título de uma obra chama a atenção para o que se vai ler. É comum o escritor colocar uma ou mais palavras enquanto está escrevendo e somente depois de terminar o seu texto, dar o título definitivo.
Na formatação do texto e é aí o meu foco hoje, vamos ter: narração e diálogos.
A narração pode ser feita na primeira pessoa, na terceira pessoa e alguns poucos textos foram também escritos na segunda pessoa.
O que isso significa?
Quando um texto é escrito na primeira pessoa, o narrador faz parte da história e ele narra um fato do qual faz parte. É utilizada na grande maioria das vezes o sujeito simples e o verbo na primeira pessoa do singular. Como escritor é uma forma que gosto muito de usar, mas com um grande desafio: – o narrador é o personagem, não pode se deixar confundir com o autor.
Escrevi “OI,TUDO BEM?” (amazon.com) na primeira pessoa. O personagem principal era uma mulher e completamente diferente do autor não só no sexo. Foi um desafio muito bom.
Escrevi também em primeira pessoa “A FESTA DERRADEIRA” e Wagner é um depressivo sem perspectivas de vida.
Quando escrevemos na terceira pessoa, o narrador não faz parte da história, mas ele relata aquilo que acontece, aconteceu ou acontecerá. Não há interferência do narrador nos fatos.


Parágrafos: São partes do texto que relatam um fato. São constituídos de uma ou muitas frases. Cada vez que se muda de assunto, abre-se um novo parágrafo.
O início do parágrafo pode ser no canto da página, sem recuo ou recuado até 2,5 centímetros. Recuos maiores podem ser utilizados na primeira linha – estilo livre -, porém ficam deselegantes se forem constantes.
O diálogo deve ser expresso em linhas separadas para cada fala. Não se deve usar hífen, mas sim travessão no início da fala. Caso se define quem está falando no meio da frase, separa-se por hífen ou vírgulas. Eu prefiro usar hífen. A pontuação correta será utilizada após a última palavra do narrador, exceto os pontos de exclamação e interrogação.
Ex.: “_ Não é assim, Wanderley – chamou-lhe a atenção Giuliano. – Vai ter um neném na jogada. É um ser humano.
_ Eu sei, querido. Por que se preocupar? – perguntou ele rindo. – Esse nosso filho tem uma mãe e nós temos como sustentá-lo, isso basta.” (O filho de Berta, Wattpad)

Deve-se evitar diálogos grandes sem definição de quem está falando mesmo quando é entre duas pessoas. Para o escritor é fácil saber quem está falando, mas o leitor vai se perder e isso se torna cansativo e perde-se o interesse.

Outro dado importante é a divisão de capítulos. Não existe regras para tamanhos de capítulos. Em “A MANSÃO DO RIO VERMELHO 1” eu utilizei capítulos maiores e menores e muitos leitores me disseram que foi mais instigante continuar a leitura. Eu confesso que capítulos muito grandes me desanimam.

O clímax da nossa história é o ponto chave do nosso texto e deve ser muito bem feito para fazer com que o leitor se lembre da obra por muito tempo.
O desfecho da história é tudo! Em “O ASSASSINATO DE ROGER ACKROYD” a Agatha Christie nos dá o desfecho e a solução do mistério de tudo no último parágrafo. Por isso, talvez seja seu melhor livro.
Importante então, saber escrever, dar forma e empregar os recursos que temos para um bom texto.
Você já se preocupou em saber nos livros você não concluiu a leitura, o motivo de ter interrompido?
A história era ruim? – normalmente isso nos faz parar de ler. Histórias sem conexão, sem personagens bem construídos geralmente fazem o leitor perder o interesse pela obra.
O livro físico? – Pesado? Grande demais? Letras muito pequenas? Mal diagramado, mal distribuído no papel? Papel branco? Amarelo? Colorido?
Erro de digitação e erros de português? – Infelizmente, com o acesso à internet que facilitou a todos divulgar e mostrar seu trabalho literário, poucos autores se preocupam com a forma correta de escrever. Encontramos muitos erros de português nos e-books. Verbos errados, concordância verbal, nominal, perda de conexão entre frases, enfim, são erros tremendos que fazem com que muitos leitores parem de ler uma obra. Somos todos passíveis de erros, mas hoje, parece que há uma preocupação menor do “escritor” com a língua pátria. Ele simplesmente escreve seu texto e manda para o revisor – pago ou algum amigo – que fará a revisão e aí é muito fácil escrever.
Enfim, há uma grande necessidade de nos preocuparmos em produzir um livro de qualidade. Como leitor, eu tenho sempre um prazer imenso de ler um livro com uma história bem feita, com uma capa linda, com uma narração dentro de parâmetros que nos dão a exata visão do cenário, do personagem, do momento, época, clima da cena, sem ser exagerado e enfadonho. Gosto daqueles textos que me atiçam a curiosidade ou que me fazem arrepiar de tensão ou medo. Gosto daquele texto que ao acabar de ler fico louco para que mais alguém leia e me diga o que achou também.
Para terminar esse texto, tenho a dizer que os livros físicos são obras de arte que eu gostaria de ter todos. Os e-books são livros igualmente importantes no mundo moderno.
Mãos à obra! Vamos ler bastante e escrever bastante.
Aos leitores, aconselho, continuem lendo desenfreadamente. Sejam sempre loucos por livros.
Aos escritores, igualmente aconselho, leiam desenfreadamente e escrevam sempre. Cada um no seu ritmo próprio, cada um à sua maneira, mas cada vez melhor e mais se preocupem em fazer o melhor texto de suas vidas.
Voltarei a falar desse assunto. Perguntem o que ficou na dúvida e ajudem a construir o próximo texto.

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Artur Laizo Escritor

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