DIÁRIO DO CONFINAMENTO – 13 – Pão de Canela e Prosa
Pão de Canela e Prosa

DIÁRIO DO CONFINAMENTO – 13

Diário do Confinamento – 13
Dia 17 de abril de 2020
31º dia

Mundo
Contaminados: 2165500, mortos: 145705
Brasil
Contaminados: 30891, mortos: 1952

Sexta-feira, um dia nublado, nem frio nem calor.
Claro que com o dia nublado e até mais úmido, tem gente enrolada em lã no meio da rua. E esse é um grande problema: muita gente nas ruas.
Trocou-se o ministro da saúde ontem. Já tem gente também achando que “vão abrir os portos e as caravelas vão poder navegar livremente”. Claro que não é assim. Estamos com um número até baixo de mortes se considerarmos países da Europa, mas isso ocorre justamente porque mantivemos certo nível de isolamento social no início da pandemia e que hoje, a população está furando e dando margens aos patrões de querer reabrir comércios e “vida normal” estando eles em casa protegidos e o empregado na linha de frente de contato com outros indivíduos doentes, contaminados, não se sabe.
O que ainda não se entendeu é que o vírus está aí à espreita. A qualquer momento como em um filme de faroeste pode sair do esconderijo e dar um tiro acertando você. Para os mais novos, como em um jogo de computador, o inimigo pode aparecer de repente e você perde uma vida. Na vida real, ao contrário do mundo virtual, a vida que se perde é a única que se tem. Não há bitcoins que compre outra se você perder essa que vive agora.
A Pandemia está aí. Presente nas nossas cidades. Há cidades com um grande número de habitantes e muitos mortos e há as pequenas cidades que em proporção têm muitos mortos.
Volto a dizer que a doença incapacita o funcionamento de vários órgãos, principalmente o pulmão e quanto mais doenças associadas a pessoa tiver, pior vai ser a evolução, o prognóstico. Mas e o jovem, não morre? Morre! Claro! A faixa etária de mortes no Brasil é bem mais jovem que a da Europa. O grande problema é que esse jovem, às vezes mais saudável, pode superar essa infecção, mas até se tornar imune e livre da contaminação, disseminará o vírus para muitos que não terão a mesma resistência.
Estamos de quarentena. Alguém que está lendo esse diário, tem ou terá um parente, um ente querido contaminado, doente ou até morto, morrendo em uma UTI, pelo Corona vírus. Inevitável? Não sei! Ninguém sabe ainda. Talvez quando surgir uma vacina conseguiremos parar a enxurrada de contaminação e mortes.
Discute-se o uso desse ou daquele remédio milagroso que vai resolver a situação. Pode ajudar? Pode! Pode também matar, pode. Nenhum remédio é isento de efeito colateral, adverso, índice tóxico ou letal. Todo remédio, dependendo da dosagem, mata.
Ficar em casa ainda é o melhor a se fazer? Sim. Vamos ter pacientes doentes com o Corona vírus, mas vamos ter um serviço médico que pode dar conta de cuidar desses doentes. Vamos tentar evitar enterrar nossos mortos em valas comuns como nos Estados Unidos ou evitar deixar nossos parentes enrolados em sacos de lixo nas calçadas como na Venezuela e Equador.
Um parente com suspeita de Corona vírus incomoda muito. Nunca se sabe o que irá acontecer. A preocupação também mata.
Vi um post muito interessante hoje no Instagram onde o indivíduo diz que Deus está com ele e ele não pega doença alguma porque confia em Deus e está protegido porque está com Deus, enfim, acaba doente e pergunta a Deus porque está doente e Deus responde: “Eu te dei informação, acesso à máscara, álcool gel, lavação de mãos, isolamento social, você não fez. Faça a sua parte e eu o ajudarei”.
Muito bom isso! Deus nos deu raciocínio e inteligência para chegarmos onde estamos e fazermos muito mais ainda. Vamos longe porque Deus quer, mas ele não vai fazer o “dever de casa” para ninguém. Não vai curar ninguém que se recuse a tomar cuidados e remédios, não vai evitar que nenhum mal nos aconteça se não nos prevenirmos desse mal. Deus nos deu vida e opções de escolha. Se não fizermos boas escolhas, vamos pagar por isso de alguma forma pela lei do retorno. A vida é feita de escolhas! Se estamos bem ou mal, é consequência puramente de nossas escolhas.
Escolham não ser contaminantes, evitem se contaminar. Fiquem em casa! Amem o próximo. Agradeça a Deus essa oportunidade de mostrar quão caridoso e responsável você é!
Que Ele nos dê força e sabedoria.

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Artur Laizo Escritor

Artur Laizo nasceu em 1960, em Conselheiro Lafaiete – MG, vive em Juiz de Fora há quatro décadas, onde também é médico cirurgião e professor. É membro da Academia Juiz-forana de Letras e da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete, Sociedade Brasileira de Poetas Aldravistas e presidente da Liga de Escritores, Ilustradores e Autores de Juiz de Fora - LEIAJF.

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