E AÍ SE FALA EM MORTE – Pão de Canela e Prosa
Pão de Canela e Prosa

E AÍ SE FALA EM MORTE

E aí se fala em morte!
E você morre! Vai morrer com certeza, um dia!
O que você viveu, o que você construiu, em pouco tempo deixará de ter a sua cara, a sua marca e em breve, muito em breve, após a sua morte, você deixará de existir para quem seguir em frente, sejam filhos, netos, quem quer que seja que tenha convivido com você. Seus amigos, com a sua idade, certamente estão no mesmo barco e morrerão em datas próximas. Se você for resistente e sobreviver a todos, vai estar só, terrivelmente só, acompanhado de pessoas mais novas que, por mais que digam que o amam, apenas suportam você porque você é o mais velho, é a origem, é digno de respeito, é o velhinho – tadinho!
Sua vida passou! Você amou, fez sexo contido ou desvairado (se desejou um e fez outro, errou também), trabalhou, gastou tudo o que ganhou ou juntou uma boa grana, casou-se ou não, filhos, netos, ninguém – não importa!
O que você fez é a sua história. Você é importante para você mesmo e para aqueles que convivem com você. Você tem amigos que não vê com frequência, ama alguém que nunca disse, prefere tomar um porre a ficar sóbrio em dias de chuva, prefere caminhar ao ar livre, ou andar horas no seu carro. Você faz a sua história.
Se prefere ficar no sofá vendo TV, ou na cama dormindo sedado com um faixa preta, se prefere trabalhar a morrer e nunca ter férias, se prefere viver todas as loucuras que a vida pode oferecer, ou se esconder com medo do que poderiam dizer, enfim, o que você prefere fazer, FAÇA!
Viva sua vida intensamente do jeito que você quer viver. Aproveite o tempo do seu dia, ou perca tempo no seu dia, faça o que você quiser.
O tempo passa impreterivelmente e você vai morrer um dia. E a sua história, por mais que você a conte para seus netinhos, bisnetinhos ou qualquer criança chatinha, a sua história é sua e você só pode contar se tiver coisas para contar.
Depois que você se for – para onde você acredita que irá – a sua história se perderá como poeira ao vento.
Seja feliz enquanto você está no seu intervalo entre o nascimento e a morte. Mas não se esqueça: você vai morrer com certeza, um dia!
Que seja na hora certa!

Foto: Lápide da Familia Laizo no Cemitério de Conselheiro Lafaiete – MG

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Artur Laizo Escritor

Artur Laizo nasceu em 1960, em Conselheiro Lafaiete – MG, vive em Juiz de Fora há quatro décadas, onde também é médico cirurgião e professor. É membro da Academia Juiz-forana de Letras e da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete, Sociedade Brasileira de Poetas Aldravistas e presidente da Liga de Escritores, Ilustradores e Autores de Juiz de Fora - LEIAJF.

4 comentáriosDeixe um comentário

    • Olá. Obrigado por comentar. Eu pensei muito sobre o tema depois da morte de uma médica amiga hoje. Temos que pensar na vida, apesar do texto falar de morte. Bjos

  • A vida realmente é uma dádiva! Temos que vivê-la intensamente e; a respeitando plenamente. Perder alguém é muito triste, para mim, apenas por causa da saudade, pois a morte é o mistério da vida. Eu tenho medo da morte… Prefiro viver e nem pensar nela. Porque gosto tanto de viver que esqueço-me dela. Viva a vida!

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