Navego por um mar de águas rasas, profundas,
De águas escuras, frias, ora muito quentes,
Navego sem desejo algum, águas imundas,
Me deixo levar, sinto frio, ranjo dentes…
E não há proteção, contra essas feras fundas,
Não há o que fazer, são loucas muitas mentes,
São mudas muitas bocas, cegas infecundas,
E cercado de loucos, vivo com dementes…
Navego há tanto tempo por esse mar louco,
Que nada hoje me faz feliz, tudo é tão pouco,
Não há libertação, não há o que me atraia.
Essas águas, me envolvem, sufocam minha alma,
Trazem dor, frustracão, não consigo ter calma.
Jamais conseguirei encontrar minha praia.