Não quero mais falar da morte!
Parece que cultivo e anseio
Pela passagem derradeira
Não quero mais desejar morrer!
Tenho que lutar pela vida
Embora não haja motivos,
esperança,
objetivos,
nada!
Não acredito, no entanto,
Que acabando com essa existência,
Resolva meus conflitos mais íntimos,
Acabe com a desilusão,
Consiga achar a luz depois do breu,
Consiga a calma, a fleugma
De desejar construir alguma coisa.
O que tive que fazer
Está pronto: – está errado!
Deixei perder cada espaço,
Cada afeto, cada beijo!
Deixei morrer tudo ao meu redor
E eu não posso mais
Na redundância
– falar da morte!
– desejar morrer!
– continuar morrendo!
Foto: Cemitério da Igreja Matriz de Santo Antônio – Tiradentes – MG (foto do autor)
Muito bom!