PROJETO POESIA NO BRASIL – Pão de Canela e Prosa
Pão de Canela e Prosa

PROJETO POESIA NO BRASIL

O projeto “POESIA NO BRASIL” nasceu da vontade de estudar a poesia em todas as épocas da nossa história e aprender sobre os diversos estilos literários e transmitir essa informação aos amigos que me seguem. Vou apresentar esse estudo em “lives” dominicais através da minha página do Instagram e fazer depois uma resenha no meu canal do YouTube. O grande objetivo é levar poesia para todo canto não só durante a pandemia, mas mostrar a beleza da literatura escrita em versos e um pouco da vida de cada autor.
Muitos poetas não serão citados, não por esquecimento, mas devido ao grande número de autores. Peço, portanto, que sugiram novos nomes que não constam da lista abaixo para futuros estudos.
A pesquisa está sendo feita em vários sites na internet e em livros – propriedade minha -, para registrar o mais fidedignamente cada representante da “POESIA NO BRASIL”.

Acompanhem:
Instagram: @artur_escritor_laizo – sempre domingo às 17:00
YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCDD4waWOgwkCH5c4-bJhCqA

A poesia no Brasil começou com José de Anchieta ao escrever “Autos e Poesia” no século 16. O evangelizador e mestre escreveu 4072 versos latinos à Virgem nas areias da praia de Iperoig, atual Ubatuba, em São Paulo, com seu bastão. Ele ainda foi o primeiro a escrever uma gramática em Tupi-guarani. Era um jovem jesuíta das Canárias – um arquipélago espanhol na costa noroeste da África.

GREGÓRIO DE MATOS – 1636-95
É o maior representante da poesia barroca brasileira, época de Brasil-Colônia. Gregório nasceu em Salvador, Bahia, filho de pai português e mãe brasileira. Foi odiado e perseguido pela sociedade brasileira, chamado de “Boca do Inferno”, pois seus poemas satirizavam a sociedade da época, o costume dos povos e a Igreja Católica.

Gonçalves Dias – 1823-64
Foi o principal nome da primeira geração do romantismo brasileiro, que se preocupava com a expressão dos sentimentos, sua escrita tinha um tom de fuga da realidade e nacionalismo. Produziu a maior parte das suas obras, poesia e teatro quando esteve em formação acadêmica em Portugal. Sua principal poesia é Canção do Exílio (1846), um dos poemas mais conhecidos da literatura brasileira.

Castro Alves – 1847-71
Nascido em Salvador, Bahia, Castro Alves foi o principal nome da terceira fase do romantismo brasileiro, onde a temática girava em torno da abolição da escravidão e da república. Conhecido como “Poeta dos Escravos”, foi frequentando saraus e festas artísticas que escreveu vários dos seus belos poemas líricos, incluindo “O Navio Negreiro” (1880), sua mais famosa obra.

Machado de Assis – 1839-1908
Representante do realismo brasileiro, Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro e tornou-se o principal nome da literatura nacional. Seus poemas tinham uma vertente de combate social, crítica à burguesia, e análise psicológica dos personagens. Machado foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e publicou nada menos que cinco coletâneas de poemas e sonetos.

Olavo Bilac – 1865-1918
O carioca Olavo Bilac é o principal nome da poesia parnasiana brasileira, corrente preocupada com um vocabulário nobre e uma precisão impecável. Bilac também foi um dos membros fundadores da Academia Brasileira de Letras, escreveu muitas poesias infantis e um de seus textos mais famosos é “Profissão de Fé” (1888), onde compara poetas a ourives, que trabalham detalhadamente a sua joia.

Augusto dos Anjos – 1884-1914
Paraibano que escrevia poemas desde os sete anos de idade, Augusto dos Anjos é considerado o principal nome do pré-modernismo, que incorporava em suas palavras a realidade brasileira. Expressava uma certa obsessão pela morte e o livro que reúne toda a sua obra poética, chamado “Eu e outros poemas” chocou a sociedade em 1912 sendo considerado de mau gosto. A obra tinha um vocabulário estranho e que não se encaixava em nenhuma corrente literária específica. Por isso até hoje seu livro é estudado como sendo um dos mais originais produzidos pela literatura brasileira e de grande valia para a ciência das letras.

Manuel Bandeira – 1886-1968
Chegamos na primeira fase do modernismo com o pernambucano Manuel Bandeira que teve o seu poema “Sapos” sendo lido na abertura da Semana de Arte Moderna de 1922. Os modernistas prezavam uma poesia irreverente, livre de métricas e regras e baseada em um humor nacionalista. Bandeira é até hoje um dos poetas brasileiros mais lembrados. “Vou-me Embora pra Pasárgada” está entre as suas poesias mais conhecidas.

Carlos Drummond de Andrade – 1902-87
O mineiro Carlos Drummond de Andrade foi um expoente da segunda fase do modernismo no Brasil, que apresentava uma tensão ideológica, política e social. Com versos marcados por ironia, com formas diferentes e originais, Drummond leva o título de mais influente poeta brasileiro do século XX. Um de seus textos mais famosos é a poesia “No meio do caminho” que marcou definitivamente a produção literária nacional.

Cecília Meireles – 1901-64
Nasceu um ano antes de Carlos Drummond (1901), também fez parte da segunda fase do modernismo no Brasil, e um dos primeiros nomes femininos reconhecidos da literatura brasileira. Seus escritos eram espiritualistas e mais psicológicos. Dos mais de quarenta e cinco anos de produção poética, “Romanceiro da Inconfidência” (1953) é a sua coletânea mais elogiada.

Hilda Hilst – 1930-2004
A paulistana Hilda Hilst é considerada uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX, tendo produzido textos por mais de cinquenta anos. Dizia que seu trabalho buscava representar a difícil relação entre Deus e o homem. Mais de vinte livros de poesia de Hilda foram publicados. A autora também recebeu os principais prêmios nacionais de literatura, como o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (1977) e o Prêmio Jabuti (1984)

João Cabral de Melo Neto – 1920-99
O pernambucano é um dos nomes de destaque da terceira geração do modernismo, pois inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil, com o concretismo. A escrita de Melo Neto, o poeta de poucas palavras, era marcada por versos capazes de aguçar sensações. Sua principal obra, “Morte e Vida Severina” (1955) conta a história de um retirante nordestino em busca de uma vida melhor na capital pernambucana, e até hoje rende adaptações e estudos na área cultural.

Paulo Leminsk – 1944-89
O curitibano Leminski ainda não é encaixado em nenhuma vertente poética, apesar de serem claros os traços de modernismo na sua forma livre e criativa de escrever. Herdeiro da poesia concretista, sua obra conta com mais de quinze livros publicados, cheio de jogos de palavras, recursos visuais e outros. Leminski também fez muitos trabalhos como letrista de MPB, o que teve influência sobre sua obra.

Ariano Suassuna – 1927-2014
Apesar de ter vivido na mesma época que vários dos poetas modernistas, Suassuna aparece nesta lista por ser um caso à parte na história da literatura brasileira. A valorização da cultura nordestina e de movimentos populares foi o objetivo desse paraibano bem humorado. Sete dos seus quase trinta livros são de poesia, que fazem jus à nossa rica cultura popular.

Adelia Prado – 1936
Adélia Luzia Prado de Freitas, mais conhecida como Adélia Prado, é uma poetisa, professora, filósofa e contista brasileira ligada ao Modernismo. Sua obra retrata o cotidiano com perplexidade e encanto, norteados pela fé cristã e permeados pelo aspecto lúdico, uma das características de seu estilo único.

Conceição Evaristo – 1946
A mineira Conceição Evaristo nasceu e cresceu em uma favela de Belo Horizonte. Apenas depois de conseguir se formar em letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro é que passou a divulgar o seu trabalho como escritora. Vencedora de um Prêmio Jabuti, Conceição é um dos nomes mais fortes da escrita sobre a vivência afro-brasileira, sendo sempre lembrada e requisitada a falar da causa em meios literários e outros. Seu livro “Poemas da recordação e outros movimentos” (2017) é indispensável para entender questões como a tensão racial no Brasil, questões de gênero e classe.

Mario Quintana 1906-94
Mário de Miranda Quintana foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Mário Quintana fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou para a Editora Globo e depois na farmácia paterna.

Vinicius de Moraes 1913-80
Vinicius de Moraes, nascido Marcus Vinicius de Moraes, foi um poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata, cantor e compositor brasileiro. Poeta essencialmente lírico, o que lhe renderia o apelido “poetinha”, que lhe teria atribuído Tom Jobim, notabilizou-se pelos seus sonetos.

Cora Coralina 1889-1985
Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, foi uma poetisa e contista brasileira. Considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras, ela teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965, quando já tinha quase 76 anos de idade, apesar de escrever seus versos desde a adolescência.

Ana Cristina Cesar 1952-83
Ana Cristina Cruz Cesar foi uma poeta, crítica literária, professora e tradutora brasileira, conhecida como Ana Cristina Cesar. É considerada um dos principais nomes da geração mimeógrafo, conhecida também como a literatura marginal da década de 1970.

Cruz e Souza 1861-98
João da Cruz e Sousa foi um poeta brasileiro. Com a alcunha de Dante Negro ou Cisne Negro, foi um dos precursores do simbolismo no Brasil. Segundo Antonio Candido, Cruz e Sousa foi o “único escritor eminente de pura raça negra na literatura brasileira, onde são numerosos os mestiços”.

Henriqueta Lisboa 1901-85
Henriqueta Lisboa foi a segunda filha do farmacêutico e deputado federal João de Almeida Lisboa e de sua esposa Maria de Vilhena Lisboa. Foi a primeira mulher eleita membro da Academia Mineira de Letras.

POR ESTILO LITERÁRIO

Arcadismo no Brasil -1769-89
Cláudio Manuel da Costa,
Tomás Antonio Gonzaga, .
Silva Alvarenga,
Alvarenga Peixoto,
Santa Rita Durão
Basílio da Gama

Romantismo -segunda metade século XIX
Gonçalves de Magalhães
Gonçalves Dias
Fagundes Varela
Alvares de Azevedo
Junqueira Freire
Castro Alves

Simbolismo
Cruz e Sousa,
Alphonsus de Guimaraens

Parnasianos:
Augusto dos Anjos,
Olavo Bilac,
Raimundo Correia

Modernismo 1922-45
1 fase
Oswald de Andrade,
Mário de Andrade,
Manuel Bandeira,
Menotti del Picchia,
Raul Bopp,
Ronald de Carvalho
Guilherme de Almeida

2 fase:
Carlos Drummond
Jorge de Lima
Murilo Mendes
Cecília Meireles

3ª fase:
João Cabral de Melo Neto

Pós-modernismo
Adélia Prado
Manuel de Barros

REFERÊNCIAS:
https://www.ebiografia.com/poetas_brasileiros_essenciais_evolucao_poesia_brasil/
https://www.lusofoniapoetica.com/historia-poesia-do-brasil.html
https://www.google.com/amp/s/www.estudokids.com.br/poesia-brasileira-autores-estilo-e-principais-obras/amp/

Links para pesquisa:
https://g.co/kgs/j9zJtw (Adélia Prado)
https://g.co/kgs/tCgLUY (Mário Quintana)
https://g.co/kgs/XBGr5Z (Vinícius de Moraes)
https://g.co/kgs/LpxAyB (Cora Coralina)
https://g.co/kgs/xmvnmG (Ana Cristina Cesar)
https://g.co/kgs/S6JXWL (Cruz e Souza)
https://g.co/kgs/63qQLy (Henriqueta Lisboa)

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Artur Laizo Escritor

Artur Laizo nasceu em 1960, em Conselheiro Lafaiete – MG, vive em Juiz de Fora há quatro décadas, onde também é médico cirurgião e professor. É membro da Academia Juiz-forana de Letras e da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete, Sociedade Brasileira de Poetas Aldravistas e presidente da Liga de Escritores, Ilustradores e Autores de Juiz de Fora - LEIAJF.

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