MINHAS TROVAS – Pão de Canela e Prosa
Pão de Canela e Prosa

MINHAS TROVAS

Minha opinião: A trova é uma poesia linda que diz tudo em quatro versos, para tanto tem que haver:
– musicalidade, ritmo;
– a métrica é fundamental, assim como a rima;
– é preciso muita atenção à gramática e, por isso mesmo, correção ao escrever;
– tem que ser de bom gosto e agradável;
– não deve ser um amontoado de palavras que vão dar sete sílabas em quatro versos;
– não deve se usar palavras de baixo calão.

1
Se a vida fosse engraçada,
não pararia de rir,
como nem tudo é piada,
às vezes, quero partir.

2
Nem tudo no dia é sol,
nem sempre na noite há lua,
pois pode haver no arrebol
aquilo que o riso exclua!

3
A noite é muito mais linda
com seus mistérios profundos
é de uma beleza infinda
envolvendo vários mundos.

4
Tua voz encheu meus ouvidos
como trombetas do céu
agucei os meus sentidos
mas meu peito arrefeceu.

5
Teus olhos cor de esmeralda
tornaram-me verde a vida:
Uma cortina desfralda,
uma esperança acendida.

6
Quero teus olhos e voz
ouvir teus gestos e beijos
tocar tua alma veloz,
saciar os meus desejos.

7
Acordar, trabalhar, ser,
viver, correr, tempo todo,
buscar, acumular, ter…
Vida sem vida, só lodo.

8
Vivemos no corre-corre
e nem sempre percebemos
a vida que nos escorre
e entre os dedos a perdemos.

9
Então estamos voltando
a nossa vida normal,
muita gente se assustando,
pois se esqueceu do real.

10
Não vou dizer o que penso
das pessoas ao redor:
É politica ou bom senso,
para não ficar pior.

11
Estou bastante infeliz
nessa noite tão escura.
A vida está por um triz,
nem a saudade perdura!

12
Saudade, tempo passado,
vivida uma vida louca,
sem nada ter me cobrado,
resta essa lembrança pouca.

13
Essa saudade que eu sinto,
do tempo passado outrora
é sem dúvidas, o absinto
que me mantém vivo agora.

14
Nas noites de solidão,
meu peito se expressa em pranto,
seguindo meu coração
que sofre e nunca foi santo.

15
Um coração tão magoado
não pode seguir em frente.
Por não ter sido abençoado,
viveu no erro recorrente!

16
Se algum dia tu partires,
deixando minha alma fria,
pedirei a deus Osires
o fim da minha agonia.

17
Quando os deuses se juntaram
para o mundo planejar
a minha alma não pouparam:
Ninguém deve cortejar!

18
Sozinho na noite triste
pego um sonho do passado,
vejo que amor inda existe,
sou eterno apaixonado.

19
Amo-te tanto, ó flor bela,
que meu peito em si, não cabe.
Amo-te tanto, ó gazela,
quero que o amor nunca acabe.

20
Uma trova é divertida,
quando conta uma piada,
mesmo falando da vida,
pode gerar boa risada!

21
O sol cobre todo o mundo
com sua luz e calor,
um sentimento profundo
muita paz e muito amor

22
Tem hora que o peso é grande
e a ansiedade se aproxima,
nada há que essa dor abrande,
que devolva nossa estima.

23
Amo-te tanto, ó flor bela,
que meu peito em si, não cabe.
Amo-te tanto, ó gazela,
que esse amor nunca se acabe.

24
Você que me criticou
que mostrou minha cegueira,
você que já me alertou:
Desculpe-me, eu dei bobeira!

25
Faço trovas com vontade
de externar meus sentimentos.
Poeta, vivo a saudade,
náufrago dos meus tormentos.

26
A saudade dói na gente,
como ferro em brasa queima,
deixa n’alma uma semente,
e renascer sempre teima.

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Artur Laizo Escritor

Artur Laizo nasceu em 1960, em Conselheiro Lafaiete – MG, vive em Juiz de Fora há quatro décadas, onde também é médico cirurgião e professor. É membro da Academia Juiz-forana de Letras e da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete, Sociedade Brasileira de Poetas Aldravistas e presidente da Liga de Escritores, Ilustradores e Autores de Juiz de Fora - LEIAJF.

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